terça-feira, 19 de novembro de 2013

Blog

Post pro Google reconhecer nas buscas.

Como xingar

Os únicos aspectos criticáveis de uma pessoa são os que decorrem de suas próprias decisões.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mínima

"Penso, logo penso."

domingo, 20 de outubro de 2013

Descoberta

Há mais de 45 anos vive um homem numa ilha tropical no meio de um Oceano. Não se sabe exatamente como ele surgiu na ilha, a lenda reza que ele apareceu um dia a beira da praia enrolado numa alface. Alguns dizem que era uma alface roxa, outros que era americana. O fato é que ele cresceu sozinho, sem qualquer contato com outros seres humanos ou indícios de civilização (o mais perto que ele chegou dela foi quando o narrador (eu) viu um documentário na televisão sobre a ilha).

Também sozinho ele aprendeu a sobreviver. O que não foi exatamente difícil, visto que o solo local era especialmente fértil, permitindo que ele obtivesse boa parte de sua alimentação da flora. A outra parte era suprida pela caça de coelhos, tão férteis quanto a ilha. Essa combinação, de proteína e subir em árvore,
vitamina e correr atrás de roedores (o correto seria lagomorfos, mas o homem não sabia disso pois não assistia canais televisivos sobre o mundo animal) fez com que seu corpo se desenvolvesse e, contrariando o estigma de franzino que os habitantes de lugares desertos comumente recebem, ele se tornou bastante forte. Estima-se que, na época,  ele conseguiria pegar cerca de 40kg de cada lado no supino.

Essa longa jornada, que se estende até os dias de hoje, foi marcada por diversos acontecimentos, alguns memoráveis, outros nem tanto. Como da vez que encontrou um coelho marrom, algo raro na história do homem visto que quase todos os coelhos do local eram brancos. Outra vez ele jogou uma pedra na água e ela fez um barulho diferente do habitual "BLUP", algo como "PLUM". Mas esse não foi um momento marcante e ele esqueceu-se do barulho da pedra poucas horas depois.

Certo dia, e esse sim foi um dia memorável, o homem estava sentado batucando com gravetos e pedras, como gostava de fazer nos fins de tarde. De repente, uma faísca surgiu e começou a queimar lentamente um dos palitos de madeira. O homem permaneceu atônito enquanto observava o fogo se espalhar por algumas folhas velhas que estavam perto e formar uma pequena fogueira. Estava maravilhado, nunca havia visto algo semelhante àquilo. Pensou em como poderia se aproveitar do calor no dias frios, ou da luz nas noites escuras. Aquela era realmente sua maior descoberta, algo que mudaria definitivamente seus dias na ilha.

Mas, poucos minutos depois desse acontecimento, um grupo de pessoas surgiu atrás de um arbusto e começou a jogar tomates em sua direção, apontando o dedo indicador enquanto vaiavam o homem. Chegaram diversas cartas, escritas em letras irritadas, que demonstravam indignação na própria grafia. Houve ainda multas por plágio e punições por quebra de patente. Fora o balde de água jogado imediatamente na fogueira, seguido por pisões impetuosos sobre os pequenos troncos de madeira aos gritos de "paga-pau!" e "copião!".


Aparentemente, alguém havia descoberto o fogo antes dele.

domingo, 13 de outubro de 2013

Paralelismo Gastrônomico

-Amor, o que você acha de dividir esse peixe ao molho pesto?

-Achei que você não gostasse de manjericão.

-Não amor, eu gosto. O que eu não gosto é violência urbana.

-Verdade.

domingo, 29 de setembro de 2013

"Hoje eu olho pra trás e vejo que tomei a decisão correta"

Diriam o cara que tomou o caminho da direita e o cara que tomou o da esquerda, se algum dia se encontrassem.

domingo, 22 de setembro de 2013

O homem se atrai pela fluidez

Ninguém se deita na grama e pasma sobre o céu nublado. Mais por ser estático do que feio. Feio é ser estático. O Mar seria escrito com letra minúscula se fosse apenas um grande lago. Basta ver como ele perde um pouco de sua graça quando observado dum avião, onde as ondas são quase inertes. Certamente haveria mais pessoas cegas se o Sol fosse tão fluido visto da Terra quanto uma fogueira. O Fogo não é apenas calor, é movimento. E as estrelas cadentes são mais estimadas que as estrelas sem sobrenomes não por serem raras, mas dinâmicas.

O homem se atrai pela fluidez.

domingo, 8 de setembro de 2013

O cara que era mediano em tudo

Tinha um cara que era mediano em tudo. Ele se orgulhava disso. Contava a todos como era capaz de ficar na faixa da mediocridade em todos os campos da vida. Da época de escola à de trabalho. Numa madrugada de domingo, pensou sobre sua vida. Não havia muito o que pensar. Não havia conquistas nem decepções. Qualidades e defeitos se confundiam. Poucas vitórias e derrotas, muitos empates. Essa era sua única vocação, ser mediano.

Pensou:

"Se sou mediano em tudo... então sou bom em ser mediano?."

Ser mediano é fácil. Deixar de ser, não muito. Aquilo tirou dele sua unicidade. Encostou a cabeça no seu travesseiro mediano. Naquele dia, mais macio que o costume.

Sonhou:

"Se sou bom em ser mediano... não sou mediano em tudo. Sou ruim em ser mediano"

Acordou tentando não pensar muito no sonho. Preparou o seu mediano café. Estava mais amargo que o normal.

A vida seguiu menos mediana por um tempo:

"Se ser bom em ser mediano me torna ruim em ser mediano...então sou bom e ruim em ser mediano?"

Foi uma época difícil. A vida é reconfortante quando só se espera a medianidade dela. Por que tirar isso dele? Caminhava na rua.

Uma maça caiu:

"Se sou bom e ruim em ser mediano...sou mediano em ser mediano!"

A vida nunca foi tão mediana quanto naquele momento.


Opa

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