sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Não é por andar com livros que a gente vira doutor


Melhor assim. Homens são seres orgulhosos e arrogantes, dão muita importância para títulos vazios e esquecem-se da essência da vida. Usam papéis e palavras como armas de pedantismo. Louvam demais honrarias e protocolos. Passam séculos debatendo "direitos" e não pensam duas vezes antes de pisotear nossa espécie num banheiro sujo. Hipócritas. Mal sabem eles que vão morrer todos iguais, amassados contra o chão por uma força poderosa, tal qual eles mesmos fazem conosco. Estivemos aqui milhões de anos antes deles e estaremos milhões de anos depois, quando eles, seus títulos e suas palavras tiverem desaparecido completamente da existência. Quando esse dia chegar, todos esses livros que acumularam conhecimento por séculos vão ser uma única coisa: comida para traças. E não vamos sabe-los de cor.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Adimplencia


O adimplente era um cara que pagava as contas em dia. Sem atraso, sem enrolação. Metódico, quase burocrático. Nem por isso deixava de lado a inspiração. Essa, na verdade, era o combustível de tudo isso.  Nunca deixava as coisas para depois. Jamais foi procrastinador, mas raramente precrastinava. Só fazia. Crastinar é fazer. Um gênio uma vez disse: uma obra atrasada pode, eventualmente, ser boa. Uma obra ruim é uma obra ruim. Mas todo mundo diz muita coisa. O que impede alguém de ser adimplente? Um homem é tão feliz quanto sua capacidade de resolver seus próprios problemas. O adimplente foi o cara que parou de ser inquilino de si mesmo, decidiu ser feliz.